Manter uma piscina sempre limpa e saudável é uma tarefa que vai muito além de simplesmente adicionar produtos químicos de vez em quando, passar a peneira na superfície e aspirar o fundo quando precisar. A água da piscina precisa estar equilibrada em diversos parâmetros para garantir que ela esteja não só visualmente agradável, mas também segura para os usuários. É aqui que entram as grandezas físico-químicas da piscina — fatores essenciais que influenciam desde a qualidade da água até a durabilidade dos equipamentos e o conforto dos banhistas.
Essas grandezas incluem elementos como o nível de cloro livre e pH, além de outros parâmetros como alcalinidade total e dureza cálcica. Monitorá-las regularmente é o segredo para evitar problemas como água turva, irritações na pele e nos olhos e a proliferação de algas e bactérias na piscina.
O objetivo deste artigo é oferecer uma visão completa das principais grandezas físico-químicas que devem ser monitoradas em uma piscina. Você vai entender cada parâmetro, como eles se relacionam e, claro, saber os níveis ideais para que sua piscina permaneça em condições perfeitas de uso.
Cloro Total, Cloro Livre e Cloro Combinado
Uma das grandezas físico-químicas da piscina mais fundamentais é o nível de cloro, pois ele desempenha um papel crucial na desinfecção da água. Sem o cloro, seria praticamente impossível manter a piscina livre de bactérias, algas e outros microrganismos que podem comprometer a saúde dos usuários. Existem três tipos de cloro que devem ser monitorados: cloro livre, cloro combinado e cloro total.
Cloro Livre
O cloro livre pode ser medido com a Fita de Teste ou através do Método DPD.
O cloro livre é o mais importante para a sanitização da piscina, pois ele representa o cloro disponível para agir contra contaminantes na água.
Ele funciona como uma barreira de proteção, eliminando bactérias e outros agentes patogênicos antes que causem problemas.
Para que o cloro livre seja eficaz, é essencial mantê-lo nos níveis recomendados — geralmente entre 1 e 3 ppm (partes por milhão). Esse nível é suficiente para sanitizar a piscina mantendo os nadadores seguros e livres de irritações na pele e nos olhos.
Manter o cloro livre em torno de 3 ppm é uma das melhores práticas para garantir que a água esteja sempre segura, cristalina e sem odores desagradáveis.
Níveis baixos de cloro livre comprometem a eficácia do tratamento, enquanto valores muito altos podem causar desconforto para os usuários e desgastar os equipamentos da piscina.
Cloro Total
O cloro total pode ser medido com o Kit de Teste de pH e cloro.
O cloro total, como o próprio nome já sugere, é a somatória de todo cloro adicionado à piscina. Soma-se o cloro livre, que acabamos de ver, com o cloro combinado, que veremos a seguir.
O cloro total indica a quantidade total de cloro na água, mas, na prática, nem sempre reflete bem a eficácia do processo de desinfecção, já que parte dele pode estar na forma de cloro combinado e não de cloro livre. Por isso, é importante avaliar os níveis de cloro livre e combinado separadamente para uma análise fidedigna.
O monitoramento do cloro total deve ser feito regularmente, junto com as demais grandezas físico-químicas da piscina. Níveis de cloro total muito altos ou baixos podem indicar desequilíbrios na desinfecção ou o acúmulo de contaminantes na água.
A frequência ideal para verificar o cloro total varia de acordo com o uso da piscina, mas, via de regra, checar o cloro diariamente garante um bom controle desse parâmetro.
Cloro Combinado
O cloro combinado pode ser calculado subtraindo-se o cloro livre do cloro total.
O cloro combinado se forma quando o cloro livre reage com substâncias orgânicas na água, como suor, urina e outros resíduos trazidos pelos usuários, especialmente substâncias nitrogenadas.
Muitas vezes o cloro combinado é chamado de cloraminas, um dos compostos formados pela reação do cloro livre com contaminantes da piscina.
O cloro combinado é o responsável pelo característico “cheiro de cloro na piscina” que muitos associam ao excesso de cloro, embora ele seja, na verdade, um sinal de que a água precisa de mais cloro, ou ao menos, maior poder de oxidação. Saiba mais em: Água da piscina com forte cheiro de cloro? Saiba o que fazer!
Nos Estados Unidos, o máximo de cloro combinado permitido é 0,2 ppm.
No Brasil não temos nenhuma legislação sobre o nível de cloro combinado.
As cloraminas são infinitamente menos eficazes como sanitizantes e podem irritar os olhos e a pele, além de causar desconforto respiratório em ambientes fechados.
Para detectar o excesso de cloro combinado, basta comparar os níveis de cloro total e cloro livre: a diferença entre eles representa o cloro combinado. Se essa diferença for significativa, é um indicativo de que é hora de aplicar uma supercloração ou uma oxidação sem cloro na piscina para oxidar esses compostos e restaurar o equilíbrio da água.
PH da Piscina
É comum ver recomendações de que o pH fique entre 7,2 e 7,4.
7,6 é o limite superior.
O ideal mesmo é manter o pH mais próximo de 7,2.
O pH da piscina é uma das grandezas físico-químicas mais importantes para a qualidade da água e o conforto dos usuários. O pH indica se a água está ácida, neutra ou alcalina, em uma escala que vai de 0 a 14.
Manter o pH equilibrado — entre 7,2 e 7,6 — é essencial não só para a saúde de quem utiliza a piscina, mas também para garantir a eficácia do tratamento com cloro e a preservação dos equipamentos e superfícies da piscina.
Importância do pH na Piscina e na Saúde dos Usuários
O equilíbrio do pH é crucial para proporcionar uma experiência agradável e segura na piscina. Quando o pH está no nível ideal, a água permanece confortável para os olhos e a pele, e o cloro trabalha de forma mais eficaz, garantindo a desinfecção adequada.
Além disso, o pH equilibrado ajuda a preservar motobombas e outros equipamentos da piscina que podem se desgastar mais rapidamente em águas com pH desajustado.
Efeitos de pH Baixo e pH Alto
Uma piscina com pH acima de 7,8 é considerada praticamente sem cloro!
Quando o pH está baixo (menor que 7,0), a água da piscina se torna mais ácida, o que pode causar irritações nos olhos e na pele dos usuários, além de ressecar os cabelos. Esse desequilíbrio também pode corroer os componentes metálicos dos equipamentos. Além disso, quando o pH abaixa muito, até a eficiência do cloro diminui, o que compromete a desinfecção da água.
Por outro lado, um pH alto (acima de 7,6) torna a água mais alcalina, o que também gera desconforto para os nadadores, como sensação de ardência nos olhos e ressecamento da pele. O pH elevado pode resultar na formação de incrustações nas superfícies da piscina e em equipamentos, além de reduzir a eficácia do cloro, o que favorece o crescimento de algas e bactérias.
Níveis Ideais de pH e Como Fazer o Ajuste
O pH ideal para a piscina fica entre 7,2 e 7,6, um nível que oferece conforto para os banhistas e mantém a eficiência do tratamento químico.
Para ajustar o pH, são utilizados produtos específicos: para elevar o pH, usa-se um elevador de pH, enquanto para reduzir o pH, aplica-se um diminuidor de pH.
O monitoramento regular, talvez diariamente, ajuda a identificar quando são necessários ajustes, especialmente em períodos de maior uso da piscina ou em dias de muito calor, que aceleram a evaporação e a concentração de resíduos.
O ajuste correto do pH é uma prática simples, mas indispensável, que ajuda a preservar a integridade da piscina e oferece uma água saudável e agradável. Para saber mais sobre como ajustar o pH da piscina, acesse: Como aumentar e como diminuir o pH da piscina.
Alcalinidade Total
Manter a alcalinidade entre 80 e 120 ppm, é essencial para o balanceamento químico da piscina.
A alcalinidade total é uma das principais grandezas físico-químicas da piscina e desempenha o papel de “tampão” ou amortecedor do pH.
Isso significa que a alcalinidade ajuda a estabilizar o pH da água, evitando oscilações bruscas e tornando o tratamento mais eficaz e duradouro.
Função da Alcalinidade Total na Estabilidade do pH
A alcalinidade age como um sistema de controle para o pH, evitando que ele mude de forma abrupta em resposta a fatores externos, como adição de produtos químicos, presença de resíduos orgânicos e chuva forte.
Quando a alcalinidade está dentro da faixa ideal, ela “segura” o pH em um nível estável, reduzindo a necessidade de ajustes frequentes e mantendo a água da piscina mais confortável e segura para os usuários.
Se reparar bem, vai perceber que há um efeito cascata: o pH determina a eficiência do cloro, se o pH varia bruscamente, a eficiência do cloro cai bruscamente e “boom”: piscina verde!
Efeitos de Níveis Desequilibrados de Alcalinidade
Quando a alcalinidade está baixa, o pH da piscina se torna mais suscetível a oscilações, podendo subir ou descer rapidamente. Isso não apenas prejudica o conforto dos banhistas, causando irritações na pele e nos olhos, mas também compromete a eficiência dos produtos químicos, especialmente o cloro.
Por outro lado, quando a alcalinidade está excessivamente alta, o pH tende a ficar elevado e difícil de ajustar, o que favorece o acúmulo de incrustações nas superfícies da piscina e equipamentos, além de comprometer a eficiência do tratamento químico.
Como Medir e Ajustar a Alcalinidade Total
Para medir a alcalinidade da piscina, utiliza-se um kit de teste específico ou tiras de teste que indicam o nível da alcalinidade em ppm.
Quando os resultados mostram uma alcalinidade fora da faixa recomendada (80-120 ppm), é necessário fazer ajustes.
Caso a alcalinidade esteja baixa, recomenda-se o uso de um elevador de alcalinidade para elevá-la.
Esse mesmo produto pode ser encontrado com diversos nomes:
- estabilizador de pH;
- pH certo;
- alcalinizante;
- bicarbonato de sódio.
Já para reduzir a alcalinidade, utiliza-se um redutor de alcalinidade, que também pode ser encontrado com o nome de diminuidor de pH e alcalinidade (porque ele reduz os dois parâmetros ao mesmo tempo).
A manutenção regular da alcalinidade é uma prática essencial para manter a piscina em condições ideais, uma vez que esse parâmetro tem um papel fundamental no equilíbrio químico da água. Com a alcalinidade sob controle, o pH permanece mais estável, e a água se mantém cristalina já que a cloração estará funcionando com 100% de eficiência.
Dureza Cálcica
A dureza cálcica é outro parâmetro físico-químico da piscina que merece atenção pois está relacionado ao teor de cálcio dissolvido na água.
É um fator que desempenha papel importante na preservação da estrutura da piscina, além de influenciar o desempenho dos produtos de tratamento.
Manter a dureza cálcica em níveis adequados ajuda a proteger o revestimento, os equipamentos e a saúde da água, evitando problemas como corrosão e formação de incrustações.
Importância da Dureza Cálcica na Piscina
Quando a dureza de cálcio está muito baixa (ou seja, pouca quantidade de cálcio dissolvido), a água se torna “agressiva” e pode corroer materiais da piscina, como azulejos, argamassa e metais dos equipamentos, comprometendo sua durabilidade.
Em contrapartida, quando a dureza cálcica está muito elevada, a água se torna propensa à formação de depósitos de cálcio, que se acumulam nas superfícies da piscina e em componentes como aquecedores e filtros, criando incrustações difíceis de remover.
Efeitos de Desequilíbrios na Dureza Cálcica
Um nível inadequado de dureza cálcica afeta a estrutura da piscina e a qualidade da água.
Em casos de dureza baixa, a corrosão não só desgasta os materiais, como pode liberar substâncias indesejadas na água.
Já a dureza alta causa acúmulo de incrustações de cálcio, que deixam a água turva e geram depósitos nas bordas e nos equipamentos, dificultando a manutenção.
Além disso, tanto a dureza baixa quanto a alta podem prejudicar a eficiência do cloro e dificultar o controle do pH, afetando a qualidade da água e o conforto dos banhistas.
Valor Ideal e Como Ajustar a Dureza Cálcica
O ideal é manter a dureza de cálcio entre 200 e 275 ppm.
Para medi-la, utiliza-se um kit de teste para dureza de cálcio ou fitas de teste que também possuam esse parâmetro.
Se a dureza estiver abaixo do recomendado, o ajuste pode ser feito adicionando um elevador de dureza cálcica até atingir o nível ideal.
No caso de dureza excessiva, a solução pode envolver a substituição parcial da água, especialmente se a água da região já for naturalmente rica em cálcio.
Ácido Cianúrico
O ácido cianúrico age como uma espécie de “protetor solar” para o cloro, aumentando sua durabilidade na água.
O ácido cianúrico é uma das grandezas físico-químicas da piscina mais importantes para quem cuida de piscinas expostas ao sol.
Esse composto funciona como estabilizador de cloro, protegendo-o da rápida degradação causada pelos raios ultravioleta.
De todo modo, é preciso ter atenção com seu uso, afinal, níveis inadequados de ácido cianúrico na piscina podem comprometer a ação sanitizante do cloro deixando a piscina desprotegida.
Função do Ácido Cianúrico como Estabilizador de Cloro
Em piscinas descobertas, o cloro é rapidamente degradado pela ação do sol, reduzindo sua eficácia e aumentando o consumo de produtos.
É aí que o ácido cianúrico entra em cena, criando uma “barreira” que ajuda o cloro a manter seu poder desinfetante por mais tempo, economizando produto e mantendo a água protegida contra micro-organismos.
Cloros orgânicos como Dicloro e Tricloro normalmente já vêm com este estabilizador do cloro justamente para utilização sob o sol, logo, quanto mais se utiliza esse tipo de cloro, mais se acumula o ácido cianúrico na água.
Cloros inorgânicos como hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio não contém o estabilizador, logo, são ideais para piscinas cobertas e para aquelas que, mesmo expostas ao sol, costumam utilizar o Dicloro ou o Tricloro frequentemente.
Níveis Recomendados e Cuidados com o Excesso
Para um equilíbrio ideal, recomenda-se que o nível de ácido cianúrico na piscina esteja sempre entre 30 e 50 ppm.
Acima de 50 ppm, o efeito estabilizador começa a “aprisionar” o cloro, reduzindo sua eficácia e dificultando a desinfecção.
Em casos de excesso de ácido cianúrico, os níveis de cloro precisam ser aumentados, tornando o tratamento mais caro e complexo.
Quando os níveis ultrapassam o recomendado, pode ser necessário fazer uma troca parcial da água para diluir o ácido cianúrico.
Nestas situações, obviamente é recomendado interromper o uso de cloros orgânicos e passar a utilizar apenas cloros que não possuam ácido cianúrico em sua composição.
Interferência no Tratamento e Cuidados no Uso
Em piscinas cobertas, o uso de ácido cianúrico não é recomendado, pois ele pode se acumular e prejudicar o equilíbrio químico da água ao “aprisionar” o cloro adicionado à água.
Controlar o nível de ácido cianúrico é essencial para um tratamento de piscina eficaz e econômico. Com a dosagem correta, ele contribui para a durabilidade do cloro, mantendo a piscina segura e a água sempre cristalina.
Metais (Cobre, Ferro e Manganês)
Os metais, como cobre, ferro e manganês, são elementos que podem estar presentes na água da piscina e, quando não controlados, podem aterrorizar a vida do responsável pelo tratamento.
Embora nem sempre visíveis a olho nu, esses metais podem afetar a aparência e a saúde da água, além de causar danos aos componentes da piscina.
O grande problema dos metais na piscina está na sua “incompatibilidade” com a oxidação do cloro. Na prática, o certo é falar em “reatividade” com o cloro. É comum vermos piscinas cristalinas se transformarem em verdadeiros pântanos assim que a pessoa adiciona o cloro na água. Quando isso acontece, é certo que a água em questão é rica em metais.
Como os Metais Entram na Água da Piscina
Os metais geralmente entram na água da piscina por fontes externas, como o uso de água de poço, que frequentemente contém altos níveis de ferro e manganês.
Além disso, produtos químicos para tratamento, como alguns tipos de algicidas, podem conter cobre e, mesmo as tubulações e equipamentos da piscina podem contribuir para introdução de metais na piscina, especialmente se houver corrosão.
Efeitos dos Metais na Piscina
Quando presentes em níveis elevados, esses metais causam efeitos perceptíveis e indesejados.
O ferro pode provocar uma coloração amarelada ou marrom na água, enquanto o cobre pode resultar em tons esverdeados. O manganês, por sua vez, tende a dar um aspecto enegrecido.
Além da coloração da água, esses metais podem deixar manchas nas paredes e no fundo da piscina, que muitas vezes são difíceis de remover.
Outro efeito negativo é a corrosão de componentes metálicos, como acessórios e partes do sistema de filtração.
Medição e Remoção de Metais
Existem kits específicos para a medição de metais, ou, em casos mais complexos, o teste pode ser realizado em laboratórios especializados.
Alternativamente, você pode fazer o famoso teste do balde que consiste na adição de 10 gramas de cloro em um balde com água da piscina e aguardar uma hora para ver se a água muda de cor. Se ela mudar de cor, a sua piscina também mudará se adicionar cloro nela. Se a água do balde não mudar de cor, possivelmente é seguro clorar sua piscina pois a concentração de metais na água é baixa o suficiente para não produzir uma coloração na piscina.
Se for detectado uma grande quantidade de metais, o sequestrantes de metais ajuda a neutralizá-los, evitando que causem manchas na piscina ou coloração indesejada na água quando você adicionar o cloro.
O ideal é fazer o teste do balde sempre que for adicionar mais cloro na piscina para ter a certeza de que a água que chegou através do reabastecimento não adicionou metais na piscina em quantidade suficiente para produzir a reação com o cloro.
Se você não fez o teste, colocou o cloro e a piscina ficou escura, a solução é usar o sequestrante de metais na dosagem de choque.
A quantidade está descrita no rótulo do produto incluindo as instruções para usá-lo. Não vamos colocar aqui para não fugirmos demais do tema.
Sais como Fosfatos e Nitratos
Entre as grandezas físico-químicas da piscina, os fosfatos e nitratos desempenham um papel importante que nem sempre é percebido de imediato. Esses sais, quando presentes na água, servem como nutrientes essenciais para o crescimento de algas, criando um ambiente propício para sua proliferação e dificultando o trabalho do cloro.
Como Fosfatos e Nitratos Favorecem o Crescimento de Algas
Os fosfatos e nitratos entram na água de várias maneiras: através da chuva, vento, restos de folhas e resíduos orgânicos trazidos pelos usuários, além de fertilizantes usados em áreas próximas.
Uma vez presentes, esses sais se tornam fonte de alimento para as algas, que rapidamente podem invadir a piscina se as condições forem favoráveis.
Quando os níveis de fosfatos e nitratos são elevados, o crescimento de algas acelera, fazendo com que a água perca sua transparência e adquira uma coloração esverdeada rapidamente em situações em que a demanda por oxidação não estiver sendo suprida, seja por falta de cloro, seja por pH elevado, seja por excesso de ácido cianúrico…
Medição e Redução dos Níveis de Fosfatos e Nitratos
Há quem diga que é preciosismo, mas, para evitar problemas, é recomendado medir com alguma frequência os níveis de fosfatos e nitratos na piscina.
Existem kits específicos que permitem a detecção rápida desses sais na água.
Caso os níveis estejam altos, recomenda-se usar removedor de fosfatos ou removedor de nitratos. Aqui no Brasil esses produtos são raríssimos. O que se faz, normalmente, é utilizar removedores desses sais desenvolvidos para quem cuida de aquários.
Reduzir a concentração de fosfatos e nitratos minimiza o risco de proliferação de algas.
Em presença de altos níveis de fosfatos e nitratos, o cloro acaba sendo consumido mais rapidamente, o que exige doses maiores e aumenta os custos de tratamento.
Ao controlar esses sais a eficiência do cloro melhora, reduzindo a quantidade necessária e garantindo uma desinfecção mais constante e segura.
Teor de Sólidos Dissolvidos Totais (TDS)
O Teor de Sólidos Dissolvidos Totais, ou simplesmente “Total de Sólidos Dissolvidos” (TDS) é uma das grandezas físico-químicas da piscina que merece atenção para garantir a qualidade da água a longo prazo. O TDS representa a soma de todas as substâncias dissolvidas na água, incluindo sais, metais, minerais e até resíduos orgânicos.
Embora não seja um parâmetro que precise de monitoramento tão frequente, manter o TDS dentro dos níveis recomendados ajuda a evitar problemas na eficácia do tratamento da água e no conforto dos usuários.
A Importância do TDS para a Qualidade da Água
Com o tempo, devido à adição de produtos químicos e ao acúmulo de resíduos, o teor de sólidos dissolvidos totais na água tende a aumentar.
Um TDS elevado pode impactar a aparência e o conforto da piscina, tornando a água “pesada” e até com um gosto ligeiramente salgado.
Manter o Total de Sólidos Dissolvidos sob controle é essencial para assegurar que a água permaneça agradável e segura.
Como o Acúmulo de Sólidos Dissolvidos Afeta a Eficiência dos Produtos Químicos
Quando o TDS está elevado, a capacidade dos produtos químicos de agirem de forma eficiente diminui. Por exemplo, a eficácia do cloro é reduzida, o que pode levar a um consumo mais alto de produtos químicos para manter os níveis de desinfecção.
Além disso, o acúmulo de sólidos dissolvidos contribui para a formação de manchas e depósitos nas superfícies da piscina, além de possíveis incrustações nos equipamentos.
Por isso, manter o TDS equilibrado ajuda tanto a preservar a integridade dos componentes da piscina quanto a manter os produtos químicos funcionando como esperado.
Quando Fazer a Medição e Como Lidar com Níveis Elevados
Recomenda-se medir o TDS pelo menos duas vezes ao ano, em situações em que a piscina aparenta estar “pesada” ou ainda quando o consumo de produtos químicos parece aumentar sem motivo aparente.
Se o Total de Sólidos Dissolvidos ultrapassar os 1.500 ppm em uma piscina de uso residencial ou os 2.500 ppm em uma piscina de uso comercial, é recomendável diluir a água, substituindo uma parte dela por água nova, para restabelecer o equilíbrio. Essa prática reduz a concentração de sólidos e melhora a qualidade da água sem a necessidade de produtos químicos adicionais.
Monitorar o TDS é uma maneira eficaz de garantir que a piscina continue proporcionando um ambiente agradável e de fácil manutenção, sem comprometer a segurança dos banhistas ou a eficiência do tratamento químico.
ORP (Potencial de Oxidação-Redução)
Quanto maior o ORP, maior a capacidade de oxidação da água e, portanto, mais eficaz o tratamento desinfetante.
O Potencial de Oxidação-Redução (ORP) é uma das grandezas físico-químicas da piscina que fornece uma avaliação direta da capacidade desinfetante da água.
Medido em milivolts (mV), o ORP reflete a habilidade do cloro e de outros agentes oxidantes de eliminar contaminantes e manter a piscina livre de patógenos.
Como o ORP Reflete a Capacidade Desinfetante da Água
O ORP é um dos parâmetros valiosos para avaliar a qualidade da água, pois, ao contrário do teste de cloro livre que mede apenas a quantidade de cloro disponível, o ORP indica a capacidade do cloro oxidar contaminantes e micro-organismos.
Essa métrica permite saber se a piscina está, de fato, segura e bem protegida contra agentes patogênicos, mesmo que os níveis de cloro estejam adequados.
O ORP é especialmente útil em piscinas comerciais, onde a segurança e a rapidez de resposta no tratamento são cruciais.
Como Utilizar o ORP para Monitorar a Eficácia do Cloro e a Qualidade Geral da Água
Para monitorar o ORP, é recomendado o uso de um medidor eletrônico que realiza leituras precisas e em tempo real.
Se o ORP estiver baixo, isso pode ser um sinal de que o cloro não está atuando de maneira eficiente, possivelmente devido a fatores como um pH desbalanceado ou a presença de contaminantes. Nesses casos, ajustes podem ser feitos no pH ou na concentração de cloro para restabelecer o poder oxidante ideal.
Níveis Ideais e Interpretação dos Resultados
O valor ideal de ORP para piscinas residenciais e comerciais gira em torno de 650 a 750 mV, embora um ORP acima de 700 mV seja considerado excelente em termos de segurança e desinfecção.
Leituras abaixo de 600 mV indicam que a ação desinfetante pode estar comprometida, e uma correção é recomendada.
Ao monitorar regularmente o ORP, é possível garantir que o cloro esteja realmente eficaz e que a água permaneça segura, independentemente das variações nas outras grandezas físico-químicas da piscina.
Teor de Sal (para Piscinas Salinizadas)
Em piscinas que utilizam geradores de cloro, o teor de sal na água é uma das grandezas físico-químicas da piscina essenciais para manter o equilíbrio e a eficácia do processo de desinfecção.
Nessas piscinas, o sal dissolvido passa por um equipamento de eletrólise que converte o cloreto de sódio em hipoclorito de sódio (também conhecido como cloro líquido), proporcionando uma desinfecção constante e eficaz para a água da piscina.
Essa alternativa reduz a necessidade de adicionar cloro manualmente e oferece uma experiência de banho mais suave para os usuários.
Níveis de Sal Ideais e Impacto no Sistema de Eletrólise
Verifique o manual do seu gerador de cloro para saber qual a faixa recomendada do nível de sal na sua piscina.
Para que o sistema de eletrólise funcione corretamente, é fundamental manter o nível de sal dentro da faixa recomendada, que geralmente fica entre 3.000 e 4.000 ppm (partes por milhão), mas pode variar conforme o fabricante do equipamento.
Quando o teor de sal está adequado, o sistema de eletrólise produz cloro de forma eficiente e contínua, mantendo a água sanitizada.
Níveis de sal abaixo do ideal reduzem a produção de cloro, afetando a desinfecção. Por outro lado, um excesso de sal pode desgastar o equipamento e, em alguns casos, até causar irritação na pele dos usuários.
Medição e Manutenção do Teor de Sal
Monitorar o teor de sal regularmente é importante, especialmente após trocas parciais de água ou após chuvas intensas, que podem diluir a concentração de sal na piscina.
Kits de teste de sal específicos ou medidores digitais são as ferramentas recomendadas para essa medição, garantindo que a água permaneça dentro dos parâmetros corretos para o funcionamento do gerador de cloro.
Caso o nível esteja abaixo do necessário, basta adicionar sal especial para piscinas, respeitando as instruções do fabricante para evitar excessos.
Testes Microbiológicos (Opcional)
Além das grandezas físico-químicas tradicionais, os testes microbiológicos são recomendados em situações específicas para garantir uma água livre de patógenos e microrganismos que podem comprometer a saúde dos usuários.
Embora esses testes não sejam necessários em piscinas residenciais de uso comum, eles se tornam especialmente relevantes em piscinas comerciais ou em locais com alta frequência de banhistas, onde a presença de bactérias e outros organismos pode ser mais provável.
Quando Realizar Testes Microbiológicos
Testes microbiológicos são recomendados quando há suspeita de contaminação da água, em casos de grande fluxo de usuários, ou após eventos que possam comprometer a higiene da piscina, como tempestades intensas, falhas no sistema de filtração, acidentes fecais ou animais de grande porte mortos na piscina.
Importância para a Segurança dos Usuários
A presença de microrganismos patogênicos na água, como bactérias, fungos e vírus, pode levar a problemas de saúde, como infecções de pele, otites, conjuntivites e doenças gastrointestinais. Realizar testes microbiológicos de forma preventiva ajuda a identificar possíveis fontes de contaminação e a proteger os usuários, especialmente em ambientes comerciais e de uso compartilhado.
Interpretação dos Resultados e Ações Preventivas
Ao receber os resultados dos testes microbiológicos, é importante interpretá-los conforme as orientações dos órgãos de saúde e tomar as medidas corretivas necessárias. Caso a água apresente níveis inseguros de contaminação, deve-se realizar uma supercloração e outros ajustes, de acordo com a situação encontrada.
De todo modo, uma piscina com os outros parâmetros controlados dificilmente precisará de um teste microbiológico para garantir a segurança dos banhistas.
Conclusão
Espero que você tenha gostado do nosso guia completo sobre as grandezas físico-químicas da piscina. Cada uma delas requer um artigo específico e para várias delas já temos! Navegue pelo blog ou use o campo de busca na parte direita do menu superior para encontrar textos onde falamos sobre o pH, sobra a alcalinidade, sobre a dureza de cálcio, etc.
Para facilitar o acompanhamento de todos esses parâmetros, sugerimos estabelecer uma rotina prática de manutenção. Testes de cloro e pH devem ser realizados com maior frequência, pelo menos três vezes por semana, enquanto a alcalinidade, dureza e outros parâmetros podem ser verificados semanalmente ou quinzenalmente. Ter todos os kits de testes em mãos, além das outras ferramentas como o medidor de ORP, é fundamental para que essas medições sejam rápidas e precisas, permitindo ajustes imediatos quando necessário.
Vamos encerrar com as dúvidas mais comuns sobre os parâmetros físico-químicos da piscina e, se ficar alguma dúvida, deixe pra gente nos comentários mais abaixo que responderemos o mais breve possível!