O tratamento de água de piscina envolve uma série de processos essenciais, e a oxidação é um dos mais importantes. Por meio da oxidação, substâncias indesejadas como resíduos orgânicos, óleos e até bactérias são eliminadas da água, deixando-a pronta para uso. Tradicionalmente, essa oxidação é feita com o uso de cloro, que tem sido amplamente adotado por décadas.
Com o uso contínuo de cloro, em determinados cenários, pode acabar causando alguns inconvenientes como o cheiro forte de cloro na piscina, irritações na pele e nos olhos dos usuários, etc.
Por isso, é sempre bom estar atento às necessidades da piscina e, sempre que precisar, executar uma oxidação sem cloro na água para deixá-la perfeitamente cristalina e saudável novamente.
Para além dessa questão, há quem busque alternativas mais ecológicas e sustentáveis para tratar a água da piscina que utilizam justamente métodos de oxidação isentos de cloro.
A oxidação sem cloro utiliza outros métodos e produtos para oxidar a água de forma eficiente, como o ozônio, a luz ultravioleta e o monopersulfato de potássio (MPS). Esses métodos eliminam contaminantes de maneira eficaz, preservando a qualidade da água, sem os inconvenientes normalmente associados ao cloro (mas que você que nos acompanha já sabe que, na realidade, não são causados pelo cloro e sim pelo balanceamento equivocado da química da piscina).
É por isso que hoje vamos falar sobre como funciona a oxidação de choque sem cloro, suas vantagens e como ela pode ser aplicada na sua piscina, garantindo água limpa e saudável para todos.
O Que É a Oxidação?
Antes de mais nada, vamos entender o que é a oxidação de uma maneira geral. No contexto das piscinas, a oxidação é um processo químico essencial no tratamento de água de piscinas. Basicamente, a oxidação quebra moléculas orgânicas e inorgânicas presentes na água, eliminando contaminantes como óleos, resíduos de produtos solares, folhas, algas, bactérias e outros poluentes.
A oxidação ocorre por meio da reação dos oxidantes com esses elementos que são transformados em compostos mais simples, como gás carbônico e água, tornando-os inofensivos e fáceis de remover.
A oxidação com cloro
Tradicionalmente no Brasil, o cloro é o agente oxidante mais utilizado. Quando o cloro é adicionado à água, ele reage com os contaminantes, quebrando-os e oxidando substâncias que podem causar turvação, odores e a proliferação de algas e bactérias na piscina.
No entanto, dependendo da situação, quando a piscina é tratada com cloro ela pode acabar apresentando subprodutos, como as cloraminas, que são responsáveis pelo cheiro forte de cloro na água e pelas irritações que muitos banhistas experimentam.
A oxidação com cloro é, sem dúvida, eficaz, mas não é isenta de desafios. O uso contínuo de cloro requer uma atenção constante para evitar a formação de cloraminas na água. Se você descuidar do cloro livre por um minuto, o nível de cloro combinado já começa subir e você acaba tendo esses problemas que citamos. Como se não bastasse, há sempre a possibilidade de irritação na pele, nos olhos e nas mucosas, especialmente para pessoas mais sensíveis ao cloro.
A oxidação sem cloro
Por outro lado, oxidar a piscina sem cloro pode ser uma alternativa eficiente e mais confortável para quem busca um ambiente de piscina mais saudável.
A oxidação sem cloro usa outros agentes oxidantes para degradar a matéria orgânica e eliminar os contaminantes da piscina.
Entre os oxidantes mais comuns na oxidação sem cloro, podemos destacar:
Monopersulfato de Potássio (MPS)
O Monopersulfato de Potássio é um agente oxidante poderoso, que trabalha de forma semelhante ao cloro, mas sem produzir subprodutos prejudiciais como as cloraminas.
O MPS é frequentemente usado em tratamentos de choque e auxilia na eliminação de resíduos orgânicos e bactérias, sem deixar resíduos químicos irritantes na água.
Além desse nome enorme (Monopersulfato de Potássio), é possível encontrar outros produtos que realizam exatamente a mesma oxidação como o Persulfato de Sódio, por exemplo.
Ozônio
O ozônio é um dos oxidantes mais potentes do planeta e age rapidamente para degradar matéria orgânica e eliminar microrganismos da água.
Ele é altamente eficaz e não deixa subprodutos residuais na água, sendo considerado uma das opções mais ecológicas para piscinas haja vista que ele utiliza como insumo o oxigênio do ar e devolve para a natureza apenas moléculas de água.
Luz Ultravioleta
Embora não seja um agente oxidante químico, a radiação ultravioleta ajuda na inativação de microrganismos na água.
Combinada com outros métodos de oxidação, como o uso de MPS ou ozônio, a luz UV pode oferecer uma solução eficiente na destruição de bactérias e outros contaminantes da piscina.
A radiação ultravioleta não é oxidante, mas atua como se fosse, “na mesma direção”.
Os agentes oxidantes não-clorados estão ganhando cada vez mais popularidade, especialmente entre aqueles que buscam soluções para situações onde o choque de cloro pode não ser uma boa opção, como em piscinas de vinil ou de fibra, por exemplo.
Como Aplicar uma Oxidação sem Cloro
Na prática, a oxidação sem cloro que vamos descrever a seguir será o passo a passo para usar um composto oxidante, afinal de contas, todos os outros métodos que citamos envolvem equipamentos instalados na casa de máquinas que, via de regra, são adicionados desde a construção da piscina.
Oxidação com Monopersulfato de Potássio (MPS)
- Preparação da água: Antes de aplicar o Monopersulfato de Potássio, é importante garantir que a alcalinidade da piscina esteja entre 80 e 120 ppm. O pH da água também deve estar em torno de 7,4 e o cloro livre deve estar entre 1 e 3 ppm. Só assim a oxidação vai acontecer conforme o esperado!
Adicionalmente, pode-se fazer a peneiração da piscina para remover sujeiras maiores que, inevitavelmente, consumirão a capacidade de oxidação do cloro a ser adicionado posteriormente. - Acione a filtração: Ligue o filtro na posição FILTRAR e mantenha-o funcionando para adicionar o produto.
A dosagem a ser usada varia de fabricante para fabricante.
De todo modo, existe um certo padrão para o Monopersulfato de Potássio, Persulfato de sódio e outros oxidantes de piscinas: se sua piscina é pouco usada, utilize 12g para cada 1.000 litros.
Caso sua piscina seja muito utilizada, seja uma piscina coletiva (de clube, academia, hotel, etc.) ou se ele é aquecida, utilize até 25g para cada 1.000 litros.
O processo de oxidação das impurezas sem cloro pode ser feito semanalmente em casos extremos e isso, em certos casos, pode ser a chave para uma piscina ABSURDAMENTE cristalina.
Depois de adicionar o produto na piscina, mantenha a filtração funcionando por pelo menos quatro horas.
Apesar disso, não se faz necessário esperar esse tempo para utilizar a piscina novamente.
Se não houver a necessidade de aspirar ou realizar outra intervenção, depois de 15 minutos já se pode pular na água.
Quando Fazer a Oxidação sem Cloro
A oxidação sem cloro é uma prática essencial para manter a qualidade da água da piscina, principalmente em situações que podem sobrecarregar o equilíbrio químico. Abaixo estão algumas situações em que a oxidação de choque sem cloro deve ser aplicada:
Início ou reinício do tratamento da piscina
Quando você está iniciando ou retomando o tratamento da piscina, é o momento ideal para fazer uma oxidação de choque sem cloro.
Esse processo garante a eliminação de resíduos orgânicos e inorgânicos que podem interferir na eficácia dos produtos desinfetantes. Ele cria um ambiente limpo para que o cloro livre atue de forma eficiente sem formar cloraminas.
Após chuvas ou uso intenso
Piscinas expostas a condições climáticas severas, como fortes chuvas, ou que recebem muitos banhistas em pouco tempo, precisam de uma oxidação sem cloro para restaurar o equilíbrio da água.
Essas situações aumentam a carga de matéria orgânica e outros contaminantes, o que pode sobrecarregar o tratamento tradicional com cloro.
Periodicamente em piscinas de uso frequente
Para piscinas que têm um uso regular ou elevado, como em academias, clubes ou residências com muitos usuários, recomenda-se fazer a oxidação de choque sem cloro toda semana.
Isso ajuda a manter a água sempre saudável, sem a necessidade de supercloração, que exige mais tempo de espera para o uso da piscina.
Para prevenção de odores e irritações
Se a piscina começar a apresentar odores desagradáveis ou causar irritação nos olhos e na pele, isso é um sinal claro de que as cloraminas estão presentes em excesso.
A oxidação sem cloro é uma solução rápida e eficaz para eliminar esses compostos, sem a necessidade de interromper o uso da piscina por longos períodos.
Benefícios da Oxidação sem Cloro
Redução de irritações na pele e olhos
Uma das principais vantagens da oxidação sem cloro é a redução significativa das irritações na pele e nos olhos. O cloro, comumente utilizado em piscinas, pode reagir com os óleos da pele e suor, formando cloraminas, composto que pode ser chamado de cloro combinado, que são os principais responsáveis por essas irritações.
Além disso, o contato prolongado com o cloro pode causar ressecamento da pele, agravando desconfortos em pessoas sensíveis ou com condições dermatológicas pré-existentes.
Ao adotar a oxidação sem cloro, você minimiza drasticamente esses efeitos. O uso de monopersulfato de potássio na piscina elimina cloraminas e não produz nenhum outro subprodutos irritante, tornando a água da piscina mais amigável à pele, olhos e vias respiratórias.
Para pessoas que sofrem de alergias ou têm pele sensível, a ausência de cloro combinado é um grande diferencial, garantindo uma experiência de banho muito mais agradável.
Menor odor químico
Outra diferença notável com a oxidação sem cloro é a ausência de odor. Quem já entrou em uma piscina tratada com cloro sabe que o cheiro pode ser bastante forte, especialmente quando o cloro livre não consegue oxidar completamente as impurezas e o danado do cloro combinado acaba aparecendo.
Esse cheiro característico não só é desagradável para muitos, mas também indica que a água pode estar desprotegida.
Com a oxidação sem cloro, esse problema desaparece. Sistemas como os geradores de ozônio ou os de desinfecção ultravioleta atuam de forma eficaz sem liberar odores. Isso garante uma piscina com água limpa e ultra cristalina, mas sem o incômodo cheiro de cloro, proporcionando um ambiente mais agradável para nadar e relaxar.
Mais sustentável e ecológico
A busca por soluções mais sustentáveis no tratamento de piscinas tem crescido, e a oxidação sem cloro é uma excelente escolha nesse aspecto. Ao optar por métodos que utilizam ozônio ou luz ultravioleta, por exemplo, o impacto ambiental é reduzido, uma vez que não há a introdução de grandes quantidades de químicos na água e no meio ambiente.
independente do sistema de oxidação escolhido, há que se manter um residual de cloro na piscina.
Ao reduzir a necessidade de reposição frequente de produtos químicos, a oxidação sem cloro também contribui para uma gestão mais responsável dos recursos naturais, favorecendo o equilíbrio ecológico.
Mesmo com um impacto ambiental mais baixo, a oxidação sem cloro continua sendo extremamente eficaz na eliminação de contaminantes. O ozônio, por exemplo, é capaz de destruir algas, bactérias e até vírus!
Oxidação sem Cloro: Para Quem é Recomendado?
A oxidação sem cloro é uma alternativa moderna e eficaz que pode ser altamente benéfica para diferentes tipos de piscinas.
Embora a oxidação sem cloro seja uma opção viável para qualquer piscina, alguns tipos de piscinas se beneficiam ainda mais devido às suas características e níveis de uso.
Piscinas residenciais
Para quem tem uma piscina residencial, a oxidação sem cloro oferece conforto e praticidade.
Além de reduzir o odor e as irritações na pele e olhos, o método é perfeito para famílias com crianças ou pessoas sensíveis ao cloro.
Se você busca um tratamento de água mais ecológico e deseja diminuir o uso de produtos químicos, a oxidação sem cloro pode ser ideal para a sua piscina em casa.
Piscinas públicas
As piscinas públicas são frequentemente usadas por muitas pessoas ao mesmo tempo, o que pode sobrecarregar o tratamento de água tradicional à base de cloro, exigindo altas dosagens.
Com a oxidação sem cloro, o processo de desinfecção é mais eficaz e sustentável, uma vez que sistemas como o ozônio e a luz UV podem inativar uma vasta gama de contaminantes sem a formação de subprodutos irritantes, como as cloraminas. Isso contribui para uma experiência mais agradável e segura para os usuários, especialmente aqueles com sensibilidades.
Nesses casos onde a demanda de sanitização é grande, é possível contar com mais de um agente oxidante. Por exemplo, é possível usar o Monopersulfato de Potássio em uma piscina que já é tratada com um gerador de ozônio. Uma coisa não elimina a outra, entende?
Piscinas de condomínios
Em piscinas de condomínios, onde o uso é frequente, mas geralmente não tão intenso quanto em piscinas públicas, a oxidação sem cloro também se destaca. Ela garante a qualidade da água sem a necessidade de grandes quantidades de produtos químicos, tornando a manutenção mais simples e menos agressiva para os equipamentos e a água.
Além disso, ao reduzir a quantidade de cloro que se adiciona na piscina, você estará protegendo as pessoas que naturalmente tenham uma sensibilidade maior aos derivados clorados.
A oxidação sem cloro é recomendada para uma ampla gama de usuários, especialmente aqueles que buscam uma solução mais suave e ecológica para o tratamento da água da piscina.
Pessoas com sensibilidades ao cloro
Pessoas com sensibilidades ao cloro ou que apresentam reações alérgicas ao contato com cloraminas devem considerar fortemente o uso de oxidação sem cloro.
Métodos como o uso de monopersulfato de potássio ou ozônio são eficazes em manter a água limpa sem os subprodutos químicos que podem causar irritação.
Para quem sofre com pele seca, coceira, olhos vermelhos ou até dificuldades respiratórias associadas ao cloro, a oxidação sem cloro proporciona uma experiência muito mais confortável.
Piscinas com alto tráfego ou uso intenso
Piscinas com alto tráfego ou uso intenso, como em academias, clubes ou parques aquáticos, também se beneficiam da oxidação sem cloro.
Com um fluxo constante de usuários, a água da piscina fica mais rapidamente contaminada com suor, óleos e outros resíduos orgânicos.
O uso de sistemas como o ozônio ou a luz ultravioleta (UV) garante uma desinfecção rápida e eficiente, eliminando microrganismos e mantendo a água segura para todos, sem os efeitos negativos comumente vistos em piscinas tratadas à base de cloro.
Além disso, a necessidade de manutenção constante do equilíbrio químico é reduzida, facilitando o trabalho de quem faz a manutenção da piscina.
Conclusão
Os métodos de desinfecção que atuam na oxidação sem cloro se apresentam como soluções eficazes, sustentáveis e seguras para o tratamento da água da sua piscina.
É preciso ter em mente que o cloro residual na água é necessário!
A oxidação sem cloro oferece uma série de benefícios que vão desde a redução do cloro combinado, redução de irritações na pele e nos olhos, aumento do poder de sanitização do cloro, aumento da cristalinidade da piscina e a eliminação do odor de cloro.
Optar por fazer uma oxidação sem cloro semanalmente não apenas preserva a qualidade da água, mas também proporciona um ambiente mais confortável e saudável para os usuários.
Optar por instalar um gerador de cloro ou um sistema de sanitização ultravioleta é uma excelente escolha para piscinas residenciais, mas principalmente para piscinas de clubes, condomínios, academias e outros ambientes de utilização coletiva e/ou intensa.
Se você procura uma forma moderna de manter sua piscina sempre limpa, segura e agradável, a oxidação sem cloro é uma excelente escolha.
Qualquer dúvida que tenha ficado com relação à oxidação de choque sem cloro, deixe pra gente no campo de comentários logo abaixo! Grande abraço e até a próxima!