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Riscos de uma piscina com muito cloro (e algumas dicas de segurança)

6 minutos de leitura.

O cloro é o desinfetante mais utilizado nas piscinas do Brasil. Ele é mais comum do que qualquer outro produto químico para piscinas.

Sua utilização tem como principal objetivo eliminar algas e bactérias que por ventura venham a se desenvolver na água da piscina.

Mantendo a água clorada nós garantimos que nenhum microrganismo patogênico vai permanecer na piscina e causar infecções e doenças que podem acabar com nossos momentos de lazer.

Entretanto, eis uma grande ironia: o cloro que mantém a água da piscina protegida de algas e bactérias que poderiam causar doenças nos banhistas, é o mesmo que, se usado demasiadamente, pode representar um risco à saúde.

O excesso de cloro na piscina

Piscina com muito cloro

O excesso de cloro na piscina pode causar irritações, agravar alergias e acabar se tornando uma intoxicação severa.

Os sintomas da intoxicação de cloro são:

  • Irritação nos olhos e na pele
  • Náuseas e vômitos
  • Queimação na garganta
  • Dificuldade de respirar
  • Vermelhidão na pele
  • Dores na região toráxica

Mas na tentativa de evitar estes problemas, a melhor saída não é reduzir demais a quantidade de cloro que você utiliza…

A falta de cloro na piscina

Piscina com pouco cloroComo dissemos: o cloro é o agente que evita o crescimento de algas e bactérias na piscina.

Logo, se a piscina estiver com uma quantidade de cloro incapaz de eliminar estes patógenos e qualquer outra matéria orgânica que entrar em contato com a água, você continuará encrencado!

O primeiro aspecto que percebemos ao entrar numa piscina com pouco cloro é o cheiro. Aí você deve se perguntar…

A piscina fica fedorenta?

Os que acompanham nossas publicações sabem…

Piscinas com pouco cloro normalmente apresentam cheiro forte de cloro!

Como assim?

Já falamos um pouco sobre o cheiro de cloro na piscina. Se você ainda não leu, confira no texto: “Água da piscina com forte cheiro de cloro? Saiba o que fazer!

Água com forte cheiro de cloroBasicamente, o que acontece é o seguinte: o cloro dissolvido na água não tem cheiro nenhum. Mesmo se a piscina estiver com muito cloro, ela não terá odor algum.

O que tem cheiro de cloro na realidade são compostos formados pela combinação do cloro com outros elementos como urina, suor, alguns tipos de matéria orgânica e etc…

Em outras palavras: sua piscina só terá cheiro de cloro quando ele não for capaz de eliminar compostos como urina, suor e etc…
Saiba mais: O cheiro de cloro na piscina

E quando ele não é capaz de eliminá-los? Quando ele estiver em quantidade insuficiente!

Aquele cheiro de cloro que sentimos frequentemente em piscinas não é na verdade cheiro do cloro propriamente dito. O que sentimos são compostos químicos formados pela união do cloro com urina, suor, sujeiras e etc…

Até cosméticos podem reagir com o cloro e formar estes compostos com cheiro de cloro. Um estudo de 2010 encontrou mais de 100 variações destes compostos em piscinas que utilizavam cloro como agente desinfetante.

Mas este cheiro não é o principal vilão da história… Estes compostos voláteis chamados de cloraminas permanecem na água e podem ser absorvidos através da pele, podem ser engolidos e podem também ser inalados pois pairam sobre a piscina.

Já é sabido que as cloraminas presentes em piscinas representam sérios riscos para a saúde:

  1. O câncer de bexiga já foi associado ao cloro e sua utilização em piscinas. Pesquisadores encontraram mudanças em biomarcadores (danos ao DNA que levam ao câncer) depois de 40 minutos de natação. Segundo o epidemiologista líder da pesquisa “Estes são apenas biomarcadores, não o câncer propriamente dito,” “mas inicialmente a gente não quer nada bagunçando nosso DNA”.
  2. Asma e alergias são consideravelmente mais frequentes em crianças expostas às piscinas com cloro. Pesquisas realizadas na Bélgica concluíram que crianças que nadam em piscinas tratadas com purificação com íons de cobre e prata sofrem menos de destes problemas respiratórios.
  3. Um outro estudo chegou à conclusão de que as cáries de nadadores são notoriamente piores. O cloro eleva a acidez da água e se houver descuido do pH da piscina ele pode danificar o esmalte dos dentes. Dentre os sintomas deste problema estão o surgimento de dentes amarelados ou transparentes e dores durante a mastigação.
  4. Doenças digestivas são um problema à parte em piscinas, especialmente nas coletivas. Historicamente falando, não é raro vermos surtos de diarreia mandando centenas de pessoas para o hospital. Alguns parasitas que causam doenças que tem como principal sintoma a diarreia são resistentes ao cloro.

Aí você deve estar se perguntando…

Devo parar de usar o cloro?

É claro que não! A ideia aqui é te mostrar que os dois extremos são prejudiciais. A falta de cloro causa estes e o excesso de cloro causa aqueles problemas citados no início do texto.

Para evitar todos, basta controlar os parâmetros da água:

  • Manter o controle da alcalinidade para o pH não variar demais;
  • Manter o controle do pH para o cloro ser o mais eficiente possível;
  • Manter o cloro sempre entre 2 e 3 ppm.

Separamos também sete dicas que podem te ajudar a manter seus banhistas seguros, saudáveis e curtindo ao máximo os dias na piscina.

Riscos da piscina com muito cloroDicas para o uso correto do cloro

Pesquisadores concordam: os benefícios da prática de atividades aquáticas regulares são absolutamente maiores do que estes riscos supracitados.

  1. Tome um banho, nem que seja de ducha, e urine antes de entrar na piscina.
    Saiba mais: A importância da ducha da piscina
    Saiba mais:  O xixi na piscina
  2. A água da piscina deve estar cristalina, praticamente sem odor e as paredes da piscina não podem estar escorregadias. Se perceber qualquer um destes problemas, notifique a administração do local e caso seja a sua piscina, tome providências!
  3. Para os asmáticos, observe se os sintomas da doença pioram nas horas seguintes à utilização da piscina; isto pode ser um indicador de que o cloro é um gatilho pessoal da sua asma. Sendo assim, é bom evitar toda e qualquer piscina com cloro.
  4. Não utilize piscinas públicas ou coletivas se você teve diarreia nas últimas duas semanas.
  5. Procure piscinas que tem tratamento com baixo teor de cloro. Atualmente existe uma série de outros métodos que podem ajudar a reduzir a necessidade de adicionar cloro na água. Dentre eles estão o gerador de ozônio, a desinfecção Ultra violeta para piscinas e os tratamentos com sal e com íons de cobre e prata. Dependendo do tratamento da piscina ela poderá ter menos cloro que a água que chega em sua torneira!
  6. Se não houver opção de tratamento auxiliar para o cloro, prefira piscinas abertas. Piscinas cobertas prendem os gases de cloro que evaporam da piscina.
  7. Se for possível, prefira nadar na sua piscina. Se você acompanhar o tratamento da piscina poderá ter a certeza de que está sendo feito da forma correta.

Bom, estas foram nossas dicas para você evitar os problemas relacionados com o uso do cloro nas piscinas. Se quiser complementar o texto, envie seu comentário pra nós utilizando o campo de comentários logo abaixo!

Espero que você tenha gostado do nosso texto sobre piscinas com muito cloro!

Grande abraço e até a próxima!

Rafael Lacerda
Técnico em Biotecnologia, graduado em Sistemas de Informação, compartilha o que aprendeu ao longo dos anos limpando piscinas em Belo Horizonte. Cria sites na Agência Sete Clave e às vezes registra suas férias no Bora de Biz.

10 COMENTÁRIOS

  1. Olá, mudei recentemente para um condomínio com piscina. Praticava natação em um clube, mas agora optei por usar apenas a piscina do prédio. O problema é que faço treinos longos e em algum dias sinto um cheiro muito forte de cloro na água. Da pra sentir q estou inalando vapor de tão forte. Percebi que estou tendo dificuldade pra respirar depois que comecei a usar aqui. E agora? Excesso oi falta de cloro?? A água é bem cristalina sempre.

  2. Obrigado pelas dicas! Tem ajudado muito, faço manutenção em uma piscina de 60 mil litros, qual a quantidade de cloro Idea?

  3. Olá, A piscina que apresenta algas crescendo nas paredes da piscina, água suja, manchas marrons no piso e os vãos dos azulejos crescendo limo representa o que. Ainda mais uma piscina de clube. Sabe-se que foi trocado o cloro e parece ser de baixa qualidade, além do mais começou-se a usar umas lonas azuis para cobrir a piscina com a finalidade de economizar luz dos aquecedores. As perguntas são: 1- O cloro de má qualidade e usada em quantidades erradas (o cloro se deposita no chão da piscina e parece uns granulados de difícil dissolução). As manchas marrons no chão da piscina pode ser provocado pelo uso deste cloro? 2- Após alguns dias de uso da capa azul para a piscina notou-se o crescimento acelerado de algas e limos nos azulejos, isso teria alguma coisa a ver com o cloro e aquecimento da água ou algum agente de vapor que deveria sair e fica preso na água? 3 Os malefícios de usar o cloro de má qualidade e dosagens erradas juntamente co a capa térmica azul.

    • Respondendo suas questões, Dorair:
      Na realidade “não existe” cloro de má qualidade, e sim tipo de cloro errado para determinada piscina. Quando ele é usado em quantidades erradas ele pode ser insuficiente e, portanto, deixar a piscina desprotegida (o que poderia explicar o crescimento de algas e limo). As manchas marrons no chão da piscina talvez possam ser explicadas por falta de desinfecção (cloração equivocada, por exemplo). O crescimento de algas não tem a ver com o uso da capa e sim com a elevação da temperatura da água.

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