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Qual cloro você deve escolher para sua piscina?

10 minutos de leitura.

Chegou a hora de clorar sua piscina… Você sabe que a água precisa ser clorada para matar as algas e bactérias que causam doenças.

Já regulou a alcalinidade da piscina e também conferiu o pH da água.

Tudo bem, mas e todo esse palavrório de “cloro orgânico“, “cloro inorgânico“, “cloro estabilizado” o que quer dizer?

É preciso fazer um curso de química para entender tudo isso?

Claro que não!

Queremos, com este artigo, que você tenha mais tranquilidade e saiba qual cloro escolher para clorar sua piscina.

Primeiro, vamos separar o que é jargão publicitário, daquilo que significa uma diferença real…

Cloro atômico

Molécula de cloroO átomo de cloro é um elemento químico (Cl) da família dos halogênios.

Ele não é encontrado em estado livre na natureza.

O cloro está sempre combinado com outros átomos de cloro (Cl2) ou de outros elementos.

Em sua forma combinada ele forma substâncias químicas como NaCl (cloreto de sódio), KCl (cloreto de potássio) e etc.

Na forma de cloreto, o cloro forma sais e não tem nenhum poder desinfetante! (Podendo ser inclusive prejudicial!)

Cloro molecular (ou cloro gás)

A molécula de cloro é gasosa (Cl2) e foi descoberta em 1774 por Karl W. Scheele, químico sueco, quando aqueceu óxido de manganês em ácido clorídrico.

Durante algum tempo ele foi conhecido como “gás de Scheele”, deu muito trabalho a grandes químicos como Bertholet, Lavoisier, Gay-Lussac, Berzelius, Therrard, quanto à sua composição, até que em 1810, Davy comprovou que se tratava de uma substância formada por um único elemento químico, o mesmo que no ácido clorídrico estava combinado com o Hidrogênio (HCl).

Gás de cloroDavy propôs o nome de cloro, a partir do grego (verde, verde amarelado ou amarelo esverdeado) que descrevia a cor do gás em questão.

Scheele já observara que o gás cloro era solúvel em água, que tinha um efeito branqueador permanente em papel, vegetais, flores e que reagia com metais e óxidos metálicos.

Essas foram as aplicações do produto até o início do século XX quando passou a ser utilizado também para desinfecção de água potável.

O cloro (gás), em reação com a água, produz o ácido hipocloroso – o verdadeiro oxidante e desinfetante que é útil em piscinas.

Esta é a substância química cloro, uma molécula formada por dois átomos de Cloro (Cl – Cl), da mesma forma que temos a substância química oxigênio (O2), formada por dois átomos de Oxigênio e, ainda, o hidrogênio (H2).

Posteriormente, descobriram-se ou desenvolveram-se outras substâncias que podiam reagir com a água e também dar origem ao mesmo ácido hipocloroso que o cloro gás produz.

Essas substâncias passaram a ser chamadas, impropriamente, de “cloro líquido”, “cloro em pó”, “cloro granulado”, pois tinham a capacidade de substituir o cloro gás em seus diversos usos.

Isso explica porque, embora só o Cl2 (gás) seja o verdadeiro cloro, outros produtos que dão origem ao ácido hipocloroso em reação com a água são comumente conhecidos no comércio como “cloros”.

Cloro orgânico e inorgânico

Cloro orgânicoA Química divide as substâncias em inorgânicas, aquelas que são formadas por elementos do reino mineral, como compostos de ferro, zinco, manganês (como óxidos, sulfatos, carbonatos), e as orgânicas, formadas pela combinação de carbono com hidrogênio, nitrogênio, enxofre e fósforo, que, acreditava-se no passado, eram exclusivas dos seres vivos (isto é, formavam as células dos órgãos de animais e vegetais).

Temos como exemplos de produtos orgânicos o álcool, o ácido acético, a acetona, o éter e vários outros…

Sob este aspecto da Química classificaríamos o cloro gás, o hipoclorito de sódio e o hipoclorito de cálcio como cloros inorgânicos e o dicloro (dicloro isocianurato de sódio) e tricloro (tricloro-s-triazina-triona) como cloros orgânicos, o que, por si só, não quer dizer nada, isto é, continuam reagindo como cloro na formação do ácido hipocloroso e nada mais.

Aqui parece-nos que a principal ideia por trás desta classificação se prende mais ao apelo parasitário de marketing, isto é, ´pegar carona` na onda do produto orgânico, tão em pauta atualmente (agricultura orgânica, medicamentos naturais – orgânicos), ou na onda verde (ecologicamente correto), o que, na verdade, está mais para propaganda enganosa, já que estamos falando de cloro, que, apesar de desinfetar a água, preservar a saúde e salvar vidas, sob qualquer ponto de vista, é um produto químico oxidante e perigoso para a saúde!

Cloro estabilizado e cloro comum

Agora a coisa muda de figura.

Cloro estabilizado tem um significado importante porque descreve o produto que libera, em reação com a água, o composto desinfetante ácido hipocloroso, e também o ácido isocianúrico, um estabilizante do cloro, propriedade que os “cloros comuns” não têm.

A importância da estabilização do cloro

Cloro estabilizadoA água de uma piscina pode perder mais de 90% de todo seu residual de cloro em apenas 3 horas de sol. Isso quer dizer que você pode colocar cloro comum em sua piscina achando que ela vai permanecer protegida contra contaminações e depois de algumas horas ela (e todos seus usuários) estarão desprotegidos.

Quando o estabilizante de cloro (ácido isocianúrico ou tri-hidroxi-s-triazina) está presente – com apenas 50 partes por milhão – numa água exposta ao sol, a decomposição do residual de cloro livre causada pela luz ultravioleta do sol é reduzida em 70% ou mais.

Por isso faz sentido estabilizar a piscina com o estabilizante de cloro no início do tratamento (com 50 ppm) e utilizar um cloro estabilizado para fazer a cloração diária.

Desta forma a reposição do estabilizante na água – perdido junto com a água de retrolavagens, transbordamentos, carregada no corpo por banhistas – é feita automaticamente e a estabilização é mantida por todo tempo.

Além da segurança sanitária de manter a presença do cloro na água o dia todo, utilizando cloros estabilizados você terá economia de cloro, de corretivos para equilibrar o pH e a alcalinidade e da mão de obra envolvida.

Cloração contínua automática

Outra vantagem do cloro estabilizado em tablete. As propriedades físico-químicas dos tabletes de cloro estabilizado permitem sua utilização em cloradores mecânicos automáticos, sem qualquer uso de energia elétrica, para clorar piscinas de duas formas interessantes:

Cloradores flutuantes

Clorador flutuanteOs tabletes são colocados dentro do clorador e o mesmo é posto para flutuar na piscina.

A água penetra em seu interior pelos orifícios submersos, dissolve lentamente os tabletes de cloro e difunde sua solução por toda a piscina, num processo continuamente renovado que a mantém clorada o tempo todo.

Nós recomendamos fortemente a utilização de cloradores flutuantes em sua piscina.

É uma dica para manter sua piscina cristalina e saudável o ano todo!

Os banhistas ficam protegidos do contato com o cloro porque a câmara que contém os tabletes é toda fechada em sua parte aérea.

Conforme o modelo de clorador flutuante é possível obter-se de 1 semana a até meses de cloração contínua automática com apenas uma carga de tabletes de cloro estabilizado em piscinas residenciais com até 100.000 litros de água.

Dosadores de cloro

Dosador de cloroOs dosadores em linha são instalados como parte da tubulação por onde a água circula antes de retornar para a piscina, após o filtro (e aquecedor, se houver), longe dos olhos e alcance dos banhistas.

Os tabletes de cloro são colocados dentro do clorador, que em seguida é fechado por uma tampa, e, quando a motobomba é ligada, a água, circulando em seu interior, vai dissolvendo lentamente os tabletes e voltando clorada para a piscina.

A continuidade do processo mantém toda a piscina clorada automaticamente.

Os dosadores em linha são adequados para cloração de piscinas tanto residenciais como coletivas com até 1.000.000 de litros, mas também múltiplas unidades podem ser combinadas para clorar piscinas ainda maiores.

Controle da cloração

Qualquer que seja o tipo de aplicação do cloro, manual ou automático, o controle da cloração precisa ser diário.

Deve-se fazer análise diária da água, ou até de hora em hora em piscinas coletivas muito utilizadas, e tomar as medidas corretivas sempre que necessárias para manter o residual de cloro livre sempre entre 2 e 4 ppm.

Essas medidas podem ser:

  • adicionar mais cloro imediatamente;
  • aumentar a dosagem na próxima adição;
  • regular o clorador para liberar quantidade maior de cloro ou aumentar a dosagem na próxima recarga do clorador e etc.

Quanto a mais custa o cloro estabilizado?

Por incrível que pareça, o cloro estabilizado granulado hoje em dia custa praticamente o mesmo preço que o cloro granulado não estabilizado.

Quer dizer que, fazendo-se a conta quilo por quilo, o cloro estabilizado é sempre mais econômico do que o cloro comum.

Consulte a diferença no seu revendedor de produtos para piscinas.

Enfim, como você pode ver, os cloros estabilizados, pela economia, segurança e sistemas de dosagem que oferecem, constituem-se atualmente na opção mais moderna e inteligente para cloração de águas de piscinas.

Ameaças ao poder desinfetante do cloro

Algas e bactérias mortos somam-se às impurezas químicas (orgânicas) já mencionadas e esse conjunto, se acumulado na água, passa a lhe transmitir aspecto desagradável como viscosidade, opacidade, e a atrapalhar o processo de desinfecção, servindo de alimento para novos microrganismos.

Confira nosso pequeno artigo sobre fatores que prejudicam a limpeza da piscina.

Cloro de piscinaOutras impurezas químicas, aquelas que contêm nitrogênio de origem amoniacal (orgânico ou inorgânico), como suor, urina, aminoácidos, sais de amônio, entre outros, reagem com o cloro livre, consumindo-o, e dando formação ao cloro combinado, que, para efeitos práticos, não tem poder desinfetante em águas de piscinas.

Porém, o cloro combinado, também chamado de cloramina, tem cheiro forte “de cloro”, é irritante aos olhos e mucosas dos usuários e, em geral, é interpretado pelos banhistas como “excesso de cloro na água”.

É aqui que se forma a grande confusão: cloro livre não tem cheiro, mesmo em residuais de 20 ppm; cloro combinado exala cheiro forte e irritante a partir de 0,1 ou 0,2 ppm.

Não há possibilidade de impedir a formação de cloro combinado, porque a manutenção de residual de cloro livre é necessária e obrigatória; o uso da água por banhistas – que contribuem com a maior parte do material amoniacal – é o objetivo e finalidade da piscina; mesmo sem uso, a água recebe continuamente outros contaminantes através do ar, ventos, chuvas e da água de reposição.

Também já falamos detalhadamente em um outro artigo como resolver o problema do cheiro forte de cloro na piscina.

Não deixe de conferir!

Qual cloro escolher afinal

E agora? Já sabe qual cloro escolher para sua piscina?

Qualquer dúvida que tenha ficado, deixe nos comentários pra gente ok?

Esperamos que tenha gostado da explicação de cada tipo de cloro e que agora você possa escolher melhor o cloro para sua piscina!

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